Microsoft garante neutralidade sindical – Nesta segunda-feira (11), a Microsoft e a federação sindical AFL-CIO, a maior dos Estados Unidos, anunciaram um acordo pelo qual a gigante americana de softwares se manterá neutra diante dos esforços dos sindicatos em incentivarem os trabalhadores para se tornarem membros.
Na medida em que as empresas e os trabalhadores lidam com o impacto da tecnologia, os dois lados também trabalharão juntos sobre o futuro da inteligência artificial, em uma parceria inédita sobre IA e o futuro da força de trabalho.
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Presidente da Microsoft, Brad Smith afirmou à Reuters que o “acordo de neutralidade oferece um alto nível de compromisso e clareza sobre como trabalharemos com a AFL-CIO e suas afiliadas se tivermos funcionários ou mesmo funcionários de fornecedores que queiram buscar a formação de um sindicato.”
A AFL-CIO é composta por cerca de 60 federações nacionais e internacionais de sindicatos dos Estados Unidos e do Canadá que juntos representam cerca de 12,5 milhões de trabalhadores norte-americanos.
Liz Shuler, presidente da AFL-CIO, disse que a posição da Microsoft contrasta fortemente com a de outras empresas de tecnologia, que combatem agressivamente os esforços de sindicalização.
“Seu posicionamento é: se os trabalhadores quiserem se organizar, não devemos atrapalhá-los. Todas as empresas basicamente lutam contra nós quando os trabalhadores querem se organizar.”, disse Shuler.
A Microsoft já havia concordado com um acordo de neutralidade trabalhista legalmente vinculante quando os funcionários da Activision Blizzard manifestaram interesse em se sindicalizar como parte da aquisição da empresa pela Microsoft.
A Microsoft tem uma parceria importante com a OpenAI, fabricante do ChatGPT, e se comprometeu a investir mais de US$ 10 bilhões na startup. O aumento da popularidade da chamada IA generativa, que usa dados para criar novos conteúdos, como o ChatGPT, pode transformar a sociedade e tornar obsoletos muitos empregos.
Smith disse que é importante que as empresas de tecnologia projetem a IA “tendo em mente as necessidades dos trabalhadores e que eles tenham voz e forneçam feedback que influencie a direção que essa tecnologia toma”.
Shuler e Smith realizarão um evento conjunto nesta segunda-feira sobre IA e trabalho. O objetivo da IA é “aumentar a produtividade dos trabalhadores, reduzir o trabalho pesado nos empregos” e traduzir esses ganhos de eficiência em padrões de vida mais elevados, disse Smith.
Shuler disse que os trabalhadores querem ter voz ativa na forma como a IA é implantada “e enxergar um caminho futuro” caso o trabalho deles seja de fato rebaixado.
(Fonte: Folha de S. Paulo)
(Foto: Reprodução)