Categorias: Campanha Salarial

Insistência patronal na retirada de direitos encerra negociação coletiva da CCT 2018

Durante a nona rodada, impasse continuou a pautar as discussões; diretoria do Sindpd se reunirá para definir os próximos passos da Campanha Salarial

Não há acordo. Depois de uma longa e exaustiva nona rodada de negociação da Convenção Coletiva de Trabalho 2018, a persistência dos empresários em aplicar a lei da selva na CCT da categoria levou ao rompimento das negociações nesta terça-feira (13), mesmo com todo o esforço do Sindpd em buscar a assinatura do acordo.

O Sindicatos dos Trabalhadores chegou a aceitar a não obrigatoriedade das homologações no Sindpd, o que era, inicialmente, considerado um entrave nas negociações pela comissão do Seprosp. Entretanto, a intransigência patronal em retirar outros direitos dos trabalhadores mostrou que, na verdade, tal premissa não se fez verdadeira.

Durante a mesa de discussão realizada no sindicato patronal, os empresários insistiram em liberar totalmente o trabalho aos domingos e feriados, bem como o Sistema Alternativo de Jornada de Trabalho, sem qualquer mediação e/ou ciência do Sindpd. Além disso, o patronal quer diminuir o valor do auxílio-doença a ser pago aos trabalhadores para o limite do auxílio-previdenciário.

O presidente Antonio Neto foi categórico ao afirmar que a atitude patronal é um “completo absurdo”. “Ao mesmo tempo que vocês querem liberar o trabalho aos domingos e feriados sem nenhuma regra, sem nenhuma discussão com os trabalhadores, querem criar pontos que podem burlar a jornada de trabalho”, criticou.

Segundo o presidente do Sindpd, tal iniciativa dos empresários “certamente irá piorar a qualidade de vida e a saúde dos trabalhadores”. “Na mesma tacada, vocês propõem a redução do pagamento do auxílio-doença, que é uma conquista histórica dos trabalhadores de TI”, completou Neto.

O dirigente reiterou a decisão da comissão dos empresários de alterar direitos consolidados na CCT da categoria há 20 anos e classificou a atitude como um “liberou geral”. “Tudo o que representa a presença do Sindicato na defesa dos trabalhadores você quer tirar”, disse Antonio Neto sobre a alegação de Luigi Nese de que algumas cláusulas “emperram o processo” nas relações entre patrões e empregados.

Próximos passos

Após o encerramento das negociações, o Sindpd reunirá sua diretoria para deliberar sobre os próximos passos da mobilização e dos procedimentos legais em relação às resoluções desta terça.

O Sindpd reafirma que a Convenção Coletiva de Trabalho 2017 da categoria continua em vigor até que a CCT 2018 seja definida, conforme ata assinada da primeira rodada de negociação, realizada em 10 de janeiro.

Assista à integra da nona rodada:


Veja a cobertura das oito rodadas anteriores:

Sem acordo, Sindpd e sindicato patronal marcarão nova rodada de negociação da CCT 2018

Impasse nas negociações da CCT 2018 permanece, e nova rodada será agendada

Negociação da CCT 2018 volta à estaca zero

Sem acordo, negociação da CCT 2018 segue para a sexta rodada

Insistência patronal em descontruir direitos de TI dificulta o acordo da CCT 2018

Negociações avançam, mas acordo da CCT 2018 permanece distante

Patronato propõe corte de direitos já consolidados em 2ª rodada da Campanha Salarial 2018

CCT de 2017 é válida até que se firme nova Convenção, decidem Sindpd e Seprosp

Fonte: Sindpd

Redator

Publicado por
Redator

Veja Também

  • Notícias

Estudo revela que home office garante mais tempo de descanso para trabalhadores

Enquanto empresas retomam ao modelo presencial, pesquisa destaca os benefícios do home office para o…

2 dias atrás
  • Qualificação Profissional

Novo curso do Sindplay: Micronações como Ferramenta Didática

Novo curso do Sindplay: Micronações como Ferramenta Didática

2 dias atrás
  • Notícias

Fim da escala 6×1 pode beneficiar a saúde mental dos trabalhadores, dizem especialistas

Jornadas flexíveis podem reduzir o estresse, aumentar a disposição dos trabalhadores, além de otimizar o…

2 dias atrás