Federação Nacional dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação

Impacto da paralisação dos trabalhadores da Cobra deve ser sentido ainda mais na próxima semana

Após cinco dias de paralisação em várias unidades de todo o estado, movimento não recua e aprova por unanimidade a greve, que continua por tempo indeterminado

Após uma posição insultuosa por parte da empresa durante a 7ª mesa de negociação ocorrida na última quinta-feira (24), trabalhadores da Cobra Tecnologia, hoje BBTS, reuniram-se na porta da empresa nesta sexta-feira, 25, para assembleia de votação pela continuidade da greve por tempo indeterminado, que foi aprovada por unanimidade.

Enver Padovozzi Ferreira, representante da OLT, afirmou que a mobilização em São Paulo está incentivando as unidades do País inteiro na busca pelos direitos. “Está crescendo e, por isso, conseguimos arrancar essa proposta, que ainda não é satisfatória, mas é o que a empresa apresentou”, lamentou. Confira a ata da última negociação.

Paulo Roberto de Oliveira, diretor de Políticas Sindicais da FEITTINF e secretário de finanças do Sindpd, disse que os trabalhadores devem continuar com o movimento. “Se não fosse a mobilização de vocês, eles não teriam apresentado até agora uma proposta. A nível nacional vocês estão sendo exemplo, estão sendo o carro-chefe. Toda mobilização se deu inicialmente aqui, com cada um de vocês. Hoje temos regionais que estão paralisando ou paralisada em detrimento da luta que vocês começaram. Não dá para a gente baixar a cabeça agora”, afirmou. “O direito de greve é um direito constitucional”.

O impacto da greve

A Cobra Tecnologia presta suporte de TI para o Banco do Brasil e é responsável pela manutenção dos caixas eletrônicos e das agências, pelas portas giratórias, pelo processamento de dados, impressão de documentos, entre outros serviços essenciais e causam grande impacto no atendimento dos usuários.

“Os clientes do Banco do Brasil deixam de ter os serviços prestados pelo banco porque o caixa eletrônico não está funcionando, ele não consegue sacar, não consegue fazer transferência. Então ele entra na agência e a agência não tem suporte, não tem pessoal e operacional para atender essa demanda dos caixas eletrônicos”, explica Enver Ferreira.

O movimento que atinge todo o  estado estão capital, Barueri, Campinas, ABC, São José dos Campos, Bauru, Araçatuba, Marília, litoral paulista e Ribeirão Preto.

No estado do Paraná, foi aprovada a greve por tempo indeterminada em assembleia realizada na manhã desta sexta-feira e terá início no dia 29 de maio; o movimento também conta com a participação dos trabalhadores da empresa na Bahia, que entrarão em greve no dia 30 de maio; Joinville entrou em greve no dia 25 de maio; Mato Grosso também está parado desde o dia 21 de maio, junto com a capital.

“A gente vai começar a perceber o real impacto, acredito, que a partir da semana que vem, pois as agências vão estar todas lotadas e vai ter muita reclamação no banco. Hoje é dia de pagamento do servidor público, temos vários pontos em órgãos públicos que vão deixar de funcionar”, esclareceu o representante da OLT.  “Isso também gera um desabastecimento dos terminais, porque quando ele para de operar a gente não abastece, ele fica sem numerário ou travado. O impacto é muito grande”.

Pela continuidade da paralisação

O objetivo da FEITTINF, nesse momento, é fazer valer as conquistas até agora alcançadas pelos trabalhadores. Até a próxima semana, o departamento jurídico da Federação entrará, mediante anuência dos trabalhadores em assembleia, com dissídio de greve, que segue com urgência para o TST (Tribunal Superior do Trabalho).

Confira a cobertura da paralisação.

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