Em assembleia realizada na noite desta quarta-feira, profissionais referendaram a participação do Sindicato nas mobilizações
Trabalhadores de tecnologia da informação do estado de São Paulo estiveram reunidos, na noite desta quarta-feira, 19, para uma Assembleia Geral Extraordinária realizada na sede do Sindpd. A adesão à greve geral nacional foi o tema central da reunião. Com o mote “28 de abril, vamos parar o Brasil”, o Dia Nacional de Paralisação visa defender as conquistas e os direitos dos trabalhadores, ameaçados pelas reformas da Previdência, trabalhista e pela terceirização irrestrita.
Conscientizar a categoria a respeito das propostas em trâmite no Congresso Nacional, além esclarecer sobre a realidade enfrentada pelo trabalhador brasileiro, foram alguns dos objetivos da reunião desta quarta-feira. Para que não haja retrocessos, a união dos trabalhadores é essencial e fortalece o movimento nacional, explicou o presidente do Sindpd, Antonio Neto. “Temos que repudiar com todas as forças tudo aquilo que suprime conquistas e fere os direitos dos trabalhadores. Para isso devemos nos organizar para fazer o enfrentamento”, afirmou.
A adesão à greve do dia 28 foi aprovada por unanimidade pelos trabalhadores presentes na assembleia. Profissionais de diversas empresas de TI de São Paulo corroboraram o desejo de lutar pelos direitos trabalhistas e previdenciários, evitando retrocessos e a desvalorização da profissão. “Precisamos assumir de uma vez por todas a responsabilidade de dizer não ao Congresso Nacional, não à reforma trabalhista, não à reforma previdenciária e não à reforma política que eles estão trazendo. Acima de tudo, precisamos mostrar que queremos um Brasil com mais emprego, mais desenvolvimento”, defendeu Antonio Neto em seu discurso.
Reafirmando o posicionamento combativo do Sindpd, o dirigente afirmou que o Sindicato irá se organizar a partir desta quinta-feira para conscientizar e mobilizar os trabalhadores de TI. “Dizer é fácil, nós temos que fazer, e fazer com responsabilidade. Tenho certeza que cada um de nós dará o seu máximo para que a gente possa efetivamente ajudar todo o movimento nacional para uma paralisação geral no dia 28”, disse Neto.
Ainda nesta semana, o Sindpd comunicará todas as empresas da base sobre o estabelecimento do rito de greve, abrindo negociação para estabelecer as cotas que, em alguns casos, sejam necessárias para manter serviços essenciais.
Outras moções
Antes de aprovarem a adesão à greve geral, os profissionais de TI também referendaram uma série de moções de repúdio às reformas e ataques sofridos pela classe trabalhadora no cenário atual.
Foram aprovadas moções contra a reforma da Previdência, a reforma trabalhista, a terceirização indiscriminada, a extinção da Justiça do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho, bem como contra a reoneração da folha de pagamento do setor de TI.
O presidente Antonio Neto detalhou cada uma das propostas para que os trabalhadores presentes pudessem entender os temas e votar de forma consciente. No caso da reforma da Previdência, por exemplo, o dirigente destacou os retrocessos que constam no projeto que está em tramitação no Congresso.
“É um projeto que tem uma visão financista, cujo objetivo é dificultar que o trabalhador tenha acesso à aposentadoria para que ele migre para a previdência privada que é dominada pelos bancos”, ressaltou.
Sobre a reforma trabalhista, Neto destacou que o projeto pode, na prática, acabar com as conquistas da CLT e significar o fim do trabalho com carteira assinada, já que a proposta abre espaço para a precarização generalizada por meio da contratação de PJs, terceirizados e temporários sem nenhum tipo de restrição.
Em defesa da Justiça do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho, o presidente também detalhou que ambas são instituições parceiras na luta pelos direitos da classe operária e que, por isso, precisam ser protegidas dos retrocessos.
Por último, também foi aprovada a moção de repúdio ao fim do programa de desoneração da folha de pagamento do setor de TI. O presidente do Sindpd lembrou que o setor de tecnologia da informação deu uma grande resposta à desoneração, com a formalização de milhares de trabalhadores em todo o estado e São Paulo.
“O setor de TI foi um dos poucos, ao lado do de vestuários, que conseguiu registrar um superávit na arrecadação do governo, ou seja, mesmo com a desoneração da folha, os valores pagos em impostos pelo setor compensou a arrecadação. Mesmo assim, o governo não analisou da forma correta e decidiu incluir o segmento entre os que sofreram a reoneração”, explicou Neto.
Participaram da assembleia trabalhadores de diversas empresas do setor, incluindo Cobra Tecnologia, TecBan, Prodesp, Prodam, Dataprev, Serpro, Unisys, ADP, Atos, Sonda, HP, Governança Brasil, Fidelity, Infomídia, WebCenter, entre outras.