Federação Interestadual dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação

Trabalhadores rejeitam proposta indecorosa apresentada pela Cobra com o apoio da FENADADOS

Greve organizada pela FEITTINF é mantida; fortalecida pelos trabalhadores, há paralisações em quatro estados, incluindo São Paulo

Nesta sexta-feira, 8, a greve dos trabalhadores da Cobra Tecnologia completa 19 dias. Com uma mobilização extremamente forte em São Paulo, Paraná, Joinville (SC) e Mato Grosso. Alagoas, que não participava da greve, terá uma assembleia ainda hoje (8) para decidir a adesão ao movimento.

Enquanto a FEITTINF e os trabalhadores da Cobra continuam firmes na luta contra a indignidade e exploração, afim de fazer valer as conquistas até agora alcançadas, a FENADADOS mais uma vez sucumbe ao patrão e tenta desmobilizar a categoria. A Federação apresentou, em alguns estados, uma proposta indecente a mando da Cobra. A pauta fura-greve foi refutada com veemência pela categoria.

Além de tentar fazer com que os empregados aceitem um acordo prejudicial, a FENADADOS ataca deliberadamente a única instituição que protege os trabalhadores de fato. Ao propagar um áudio mentiroso sobre a FEITTINF, reafirmam a postura que visa beneficiar apenas os patrões.

“Eles viralizaram um áudio atacando a FEITTINF, dizendo que é melhor fechar o acordo proposto pela Cobra para não acabarmos igual à Embrapa. A Embrapa, levada ao Tribunal, acabou bem. Houve acordo para manutenção de todas as cláusulas sociais. Só vão a julgamento as cláusulas de natureza econômica. E o TST sinalizou nos próprios autos que costuma aplicar a variação do INPC, retroativamente. Com essa farsa, a FENADADOS quer enganar os empregados da Cobra”, explica José Eduardo Furlanetto, coordenador do departamento jurídico do Sindpd.

Impactos

A BBTS presta suporte de TI para o Banco do Brasil e é responsável pela manutenção dos caixas eletrônicos e das agências, pelas portas giratórias, pelo processamento de dados, impressão de documentos, entre outros serviços essenciais que causam grande impacto na vida dos usuários.

“Os chamados continuam se acumulando. Só em São Paulo foram aproximadamente 300 equipamentos parados nos bancos, sem o primeiro atendimento. Uma das maiores consequências da nossa greve é essa, o não atendimento aos equipamentos de tecnologia da informação dos bancos. Estamos indo para a 4ª semana de greve, é uma greve longa, e mesmo assim o movimento continua forte”, analisa Wildston Xavier de Mesquita, membro da OLT da Cobra Tecnologia.

Os funcionários da Cobra atendem cerca de 23 mil terminais de autoatendimento, sendo 20 mil localizados em agências e outros 3 mil externos, em locais como aeroportos, fóruns, shoppings. Sem resposta aos chamados e com as máquinas paradas, os clientes do Banco do Brasil deixam de ter os serviços prestados com eficiência pelo banco.

Greve

No dia 30 de maio a FEITTINF atendeu os trabalhadores da Cobra e deu entrada, junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), no processo de dissídio coletivo de greve. O processo está ocorrendo em situação de greve, iniciada pelos trabalhadores no dia 21 de maio.

A data da mesa de conciliação ainda não foi divulgada, e a Federação está no aguardo da notificação. A intenção é a de tentar chegar a um acordo; caso nenhuma das partes aceite as propostas apresentadas, o caso vai a julgamento, o que deve definir o futuro dos trabalhadores da Cobra Tecnologia.

Compartilhe:

Outras publicações